Ninguém
duvidará que no próximo dia 7 de Outubro
os 147 milhões de boletins de voto espalhados
por todo o Brasil intoxicarão outros tantos milhões de brasileiros que
acercar-se-ão das urnas, cor do crude. É sob o signo do petróleo e seus
derivados que será eleito o próximo presidente daquela que tem tudo para ser a
maior potência económica da América Latina. Derivados do petróleo são, ali, os
efeitos da operação Lavajato, com
toda a série de corruptos e corruptores, traidores e traídos, populares e populistas,
falsários sobre falsários, enfim, imundos e contraditórios poços de podridão,
que levam uns para a cadeia, outros para o trono e quase todos à passadeira de
espasmos que se estende frente ao Planalto. Não será exagero chegar a esta conclusão:
se noutros tempos e noutras circunstâncias, o mágico clic eleitoral estava no empresário, no actor de novela, na estrela
do samba ou no herói do Maracanã,
hoje (aliás, no próximo dia 7) quem vai pegar na caneta para marcar o poderoso X é o rei-fantasma chamado petróleo e
seus derivados.
Terá
sido outro o cenário político brasileiro se não fora o furacão provocado pelo
petróleo e (insisto) seus derivados!
Mas
não se confina às terras de Vera Cruz a maldição do ‘precioso’ líquido. Tal
como a cobiçada e prendada maçã do paraíso terreal que, sendo um bem, tornou-se
o veneno fatal para toda a humanidade
judaica, assim também o petróleo, fonte
de todas as riquezas, degenerou no pomo letal de todas as desgraças.
Os
casos aí estão, patentes e gritantes. Desde
a Petrobras que abriu as comportas a esse
turbilhão desaguado no processo Lavajato até
ao desmantelamento da economia venezuelana, a partir do ‘superavit’ de produção petrolífera!´ Quem diria que o maior produtor
do mundo estaria hoje afogado nas abissais,
inesgotáveis jazidas perdidas no seu próprio seio?... Também não será surpresa
para ninguém o subreptício quanto escandaloso negócio das armas carreadas pela
Arábia Saudita e o despudorado apoio a organizações terroristas, pagas em
tenças de ouro líquido. E como esquecer a “mãe de todas as guerras” dos tempos
recentes? Quem duvida que foi a sede insaciável de petróleo o móbil que fez o lunático
e pálido George W, Bush provocar o
monstro adormecido da guerra no Iraque e, daí, a todo o Oriente,
alastrando-o para toda a Europa?!...
Emendando
a mão, reconheço que maldito não o petróleo mas quem faz dele instrumento de
maldição – o que bem pode suceder com qualquer outro produto manipulado pelo
engenho humano. Mas o que se nos aparece com agressivo aparato é a apetência do
enriquecimento fácil que o petróleo
exerce sobre indivíduos, instituições e nações. Numa altura em que os mares do
Algarve se confrontam com o hipotético fantasma da exploração petrolífera, aqui
deixo o meu apoio solidário a todos os que lutam contra a entrada da maldição
no nosso território.
Saúdo
também os avanços tecnológicos que cada vez mais vão cativando as cidades,
quando os condutores-auto optam pela ‘frescura’ da energia eléctrica como novo e saudável combustível dos
seus automóveis. Chega de exaurir, até ao esgotamento total, o ventre da natura
e procurar novas pistas e novas pontes que definam a supremacia do século XXI.
Votos
de que os 147 milhões brasileiros não permitam que os vírus do petróleo lhes toldem
a vista!
27.Set.18
Martins Júnior
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