quinta-feira, 27 de setembro de 2018

MALDITO PETRÓLEO QUE ENCHARCA ELEITOS E ELEITORES!


                                                         

Ninguém duvidará que no próximo  dia 7 de Outubro  os 147 milhões de boletins de voto espalhados por todo o Brasil intoxicarão outros tantos milhões de brasileiros que acercar-se-ão das urnas, cor do crude. É sob o signo do petróleo e seus derivados que será eleito o próximo presidente daquela que tem tudo para ser a maior potência económica da América Latina. Derivados do petróleo são, ali, os efeitos da operação Lavajato, com toda a série de corruptos e corruptores, traidores e traídos, populares e populistas, falsários sobre falsários, enfim, imundos e contraditórios poços de podridão, que levam uns para a cadeia, outros para o trono e quase todos à passadeira de espasmos que se estende frente ao Planalto.  Não será exagero chegar a esta conclusão: se noutros tempos e noutras circunstâncias, o mágico clic eleitoral estava no empresário, no actor de novela, na estrela do samba ou no herói do Maracanã, hoje (aliás, no próximo dia 7) quem vai pegar na caneta para marcar o poderoso X é o rei-fantasma chamado petróleo e seus derivados.
Terá sido outro o cenário político brasileiro se não fora o furacão provocado pelo petróleo e (insisto) seus derivados!
Mas não se confina às terras de Vera Cruz a maldição do ‘precioso’ líquido. Tal como a cobiçada e prendada maçã do paraíso terreal que, sendo um bem, tornou-se o veneno fatal para toda  a humanidade judaica,  assim também o petróleo, fonte de todas as riquezas, degenerou no pomo  letal de todas as desgraças.  
Os casos aí estão, patentes e gritantes.  Desde a  Petrobras que abriu as comportas a esse turbilhão desaguado no processo Lavajato até ao desmantelamento da economia venezuelana, a partir do ‘superavit’ de produção  petrolífera!´ Quem diria que o maior produtor do mundo  estaria hoje afogado nas abissais, inesgotáveis jazidas perdidas no seu próprio seio?... Também não será surpresa para ninguém o subreptício quanto escandaloso negócio das armas carreadas pela Arábia Saudita e o despudorado apoio a organizações terroristas, pagas em tenças de ouro líquido. E como esquecer a “mãe de todas as guerras” dos tempos recentes? Quem duvida que foi a sede insaciável de petróleo o móbil que fez o lunático e pálido  George W, Bush provocar o monstro adormecido  da guerra  no Iraque e, daí, a todo o Oriente, alastrando-o para toda a  Europa?!...
Emendando a mão, reconheço que maldito não o petróleo mas quem faz dele instrumento de maldição – o que bem pode suceder com qualquer outro produto manipulado pelo engenho humano. Mas o que se nos aparece com agressivo aparato é a apetência do enriquecimento fácil que o  petróleo exerce sobre indivíduos, instituições e nações. Numa altura em que os mares do Algarve se confrontam com o hipotético fantasma da exploração petrolífera, aqui deixo o meu apoio solidário a todos os que lutam contra a entrada da maldição no nosso território.
Saúdo também os avanços tecnológicos que cada vez mais vão cativando as cidades, quando os condutores-auto optam pela ‘frescura’ da energia  eléctrica como novo e saudável combustível dos seus automóveis. Chega de exaurir, até ao esgotamento total, o ventre da natura e procurar novas pistas e novas pontes que definam a supremacia do século XXI.
Votos de que os 147 milhões brasileiros não permitam que os vírus do petróleo lhes toldem a vista!

27.Set.18
Martins Júnior


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