Ondas
tão gigantes que não dão para surfar e
tão alterosas que só fazem naufragar! Está assim o mundo e sempre esteve e
sempre se soube. O que não se sabia – e, por isso, durante muito tempo estava oculto ao mundo – era o furacão adamastor que
ameaça soçobrar a “Barca de Pedro” no mar que é nosso.
Como
acontece em todos os vendavais, a devastação estremece tudo à sua volta, mas
por estranho paradoxo tudo purifica e faz de novo. Está assim actualmente a
Igreja, a nossa. Francisco Papa, quando Giorgio Bergollio, nunca pensou que
havia de encontrar tão temeroso “Cabo das Tormentas”: ter de carregar aos
ombros a ignomínia de tantos e tantos que se passavam por inacessíveis,
intocáveis, impolutos. Bem pode o Papa
gritar aos quatro ventos, a propósito da “corte” que o rodeia: “Com amigos destes
não preciso de inimigos”. Até a vaticaníssima repórter portuguesa junto da
Santa Sé julgou-se juiza soberana para censurar o Papa, considerando “infelizes”
as recentes afirmações em Roma!
Dias
tumultuosos atravessa a Igreja Católica. No meio da tormenta ou se afoga ou se
renova. Crises maiores viveu em séculos passados. Com uma diferença: é que hoje
tem na proa e no porão Alguém que incarna a transparência do Cristo. ”Pai,
afasta de mim este cálice”, quantas vezes terá despejado de dentro de si o
amargurado soluço do Horto das
Oliveiras!
Ele sabe que a sua tarefa de regressar às
fontes cristalinas de Belém jamais terá fim. Serão precisos mais dois milénios
para a a Igreja voltar a ser a Igreja de Jesus. Neste “nó de víboras” em que se
tornou o Vaticano, ninguém acode ao Papa. Nem reis, nem principados de anjos e
arcanjos, nem purpurados bispos, arcebispos, cardeais e embaixadores-núncios, abusivamente,
escandalosamente ditos “apostólicos”. Os mesmos que queimaram Joana d’Arc na
fogueira, aí estão assando na grelha, com gáudio e cinismo, o vidente octogenário
que “veio do fim do mundo”.
Só
o Povo poderá salvar o seu líder, só a grande “companha” dos cristãos terá
força bastante para segurar ao leme o seu timoneiro. Mais do que nunca, é
preciso que o Povo levante a voz e a bandeira da liberdade evangélica que
Francisco Papa lhe restituiu. Nunca hei-de cansar-me de proclamar: Esta é a
hora dos verdadeiros seguidores de Jesus.
É
a nossa Hora!
03.Set.18
Martins Júnior
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