sábado, 15 de setembro de 2018

SÁBADO LÚCIDO, DOMINGO FORTE, “DE ANTES QUEBRAR QUE TORCER”: DOIS CASOS!


                                                   

Expirante o sábado, nascente o domingo, batem à nossa porta asas de luz envoltas nas entrelinhas dos velhos textos bíblicos. Os de hoje têm tudo a ver com a mensagem de fim-de-férias que o último ‘correio-bloger’ apresentou. Puxando para trás, viu-se que o tempo ferial é evasão, fuga premeditada, alheamento, deliberado laxismo. Viu-se também que muita e “boa gente” faz profissão deste estatuto sazonal, isto é, faz todas as piruetas para evadir-se da realidade, alhear-se dos problemas que lhe dizem respeito e à sociedade, enfim, faz que anda e não anda. Até chega a fabricar argumentos e artimanhas aparentemente cordeais e razoáveis para “sacudir a água do seu capote” e “ficar bem na fotografia”. São os cobardes, os hipócritas. Os oportunistas.
E se há  habitat’s visceralmente propícios a tais manobras e equilibrismos, um deles está no modus operandi das religiões. É aí que a hipocrisia e o “faz de conta” serpenteiam, como eirós em passeio aquático, por entre seixos e rochedos. Vale tudo ou quase tudo para fugir às questões mais candentes, tornear piamente os problemas, numa palavra, vale tudo para “virar o bico ao prego” e, claro está, “ficar bem na fotografia” dos crentes devotos à doutrina. Basta ouvir amanhã as prédicas do protocolo dominical…
Mas há sempre alguém que diz não!
Hoje é o apóstolo Tiago (dizem que primo de Jesus) quem desmonta o dourado castelo de todo o farisaísmo - o de ontem, o de hoje, o de sempre – através desta veredicto lapidar: Se o teu irmão ou a tua irmã não tiverem que comer ou que vestir, serás capaz de lhes dizer ‘ide em paz, abafai-vos bem, comei o que vos der na vontade´?... Se não lhes dardes o necessário para o corpo, de que servem as vossas palavras?!... E remata com esta inapelável sentença: A fé sem obras está pura e simplesmente morta!  Vai mais adiante e, em jeito de prova factual, passa ao desafio concreto: Dizes que tens fé, então mostra-me a tua fé e eu mostro-te as minhas obras. (Tiago, 2, 15-18)
Mas não fica por aqui a mensagem vertical, inequívoca, deste fim de semana. Num outro texto, o primo de Tiago parece ter perdido a compostura e o bom senso quando, ao anunciar a subida até à cidade de Jerusalém, prepara os seus amigos para o pior: que o Filho do Homem (Ele próprio) ia ser mal recebido pelas autoridades e que até os Sumo-Sacerdotes iriam matá-lO.
Aí, Pedro, o amigo inseparável, fogoso, ajuda o Mestre a evadir-se: Se é assim, desiste de lá ir. Vamos para outro lado. Mas a reacção do ‘doce’ Nazareno foi mais fogosa, incontrolada: “Sai já de ao pé de mim, seu diabo. Retira-te da minha frente, Satanás. Tu só defendes os teus interesses, os interesses mundanos. (Mc.8,33).  Pela aragem do que trazem os textos, Pedro deve ter ficado com as orelhas a chiar, envergonhado, perante outros eventuais termos sinónimos: desaparece, homem fraco, cobarde, egoísta…
Contra os que  voltam as costas - dar a cara e marchar, marchar!
Sem mais comentários. Cada qual traduza em termos realistas, actuais, a coerência e a intrepidez destes dois lutadores. Apetece repetir o velho ditado; “Já não há gente desta”. Mas há, felizmente há! Até pode ser um de nós. Tu também. E à frente de todos, como bandeirante e referencial, vai o corajoso, inquebrável Francisco Papa.
Os malabarismos, as encenações, o laxismo, deixemo-los hibernar em férias definitivas. Sejam a fortaleza e a verticalidade a nossa opção! 

15.Set.18
Martins Júnior
    

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