Expirante
o sábado, nascente o domingo, batem à nossa porta asas de luz envoltas nas
entrelinhas dos velhos textos bíblicos. Os de hoje têm tudo a ver com a
mensagem de fim-de-férias que o último ‘correio-bloger’ apresentou. Puxando
para trás, viu-se que o tempo ferial é evasão, fuga premeditada, alheamento, deliberado
laxismo. Viu-se também que muita e “boa gente” faz profissão deste estatuto sazonal,
isto é, faz todas as piruetas para evadir-se da realidade, alhear-se dos
problemas que lhe dizem respeito e à sociedade, enfim, faz que anda e não anda.
Até chega a fabricar argumentos e artimanhas aparentemente cordeais e razoáveis
para “sacudir a água do seu capote” e “ficar bem na fotografia”. São os
cobardes, os hipócritas. Os oportunistas.
E
se há habitat’s visceralmente propícios a tais manobras e equilibrismos,
um deles está no modus operandi das
religiões. É aí que a hipocrisia e o “faz de conta” serpenteiam, como eirós em
passeio aquático, por entre seixos e rochedos. Vale tudo ou quase tudo para
fugir às questões mais candentes, tornear piamente os problemas, numa palavra,
vale tudo para “virar o bico ao prego” e, claro está, “ficar bem na fotografia”
dos crentes devotos à doutrina. Basta ouvir amanhã as prédicas do protocolo
dominical…
Mas
há sempre alguém que diz não!
Hoje
é o apóstolo Tiago (dizem que primo de Jesus) quem desmonta o dourado castelo de
todo o farisaísmo - o de ontem, o de hoje, o de sempre – através desta veredicto
lapidar: Se o teu irmão ou a tua irmã não
tiverem que comer ou que vestir, serás capaz de lhes dizer ‘ide em paz, abafai-vos
bem, comei o que vos der na vontade´?... Se não lhes dardes o necessário para o
corpo, de que servem as vossas palavras?!... E remata com esta inapelável
sentença: A fé sem obras está pura e
simplesmente morta! Vai mais adiante
e, em jeito de prova factual, passa ao desafio concreto: Dizes que tens fé, então mostra-me a tua fé e eu mostro-te as minhas
obras. (Tiago, 2, 15-18)
Mas
não fica por aqui a mensagem vertical, inequívoca, deste fim de semana. Num
outro texto, o primo de Tiago parece ter perdido a compostura e o bom senso
quando, ao anunciar a subida até à cidade de Jerusalém, prepara os seus amigos para
o pior: que o Filho do Homem (Ele próprio) ia ser mal recebido pelas
autoridades e que até os Sumo-Sacerdotes iriam matá-lO.
Aí,
Pedro, o amigo inseparável, fogoso, ajuda o Mestre a evadir-se: Se é assim, desiste de lá ir. Vamos para
outro lado. Mas a reacção do ‘doce’ Nazareno foi mais fogosa, incontrolada:
“Sai já de ao pé de mim, seu diabo. Retira-te
da minha frente, Satanás. Tu só defendes os teus interesses, os interesses
mundanos. (Mc.8,33). Pela aragem do que trazem os textos, Pedro
deve ter ficado com as orelhas a chiar, envergonhado, perante outros eventuais termos
sinónimos: desaparece, homem fraco,
cobarde, egoísta…
Contra os que voltam as costas - dar a cara e marchar, marchar!
Sem mais comentários. Cada qual traduza em termos realistas, actuais, a coerência e a intrepidez destes dois lutadores. Apetece repetir o velho ditado; “Já não há gente desta”. Mas há, felizmente há! Até pode ser um de nós. Tu também. E à frente de todos, como bandeirante e referencial, vai o corajoso, inquebrável Francisco Papa.
Sem mais comentários. Cada qual traduza em termos realistas, actuais, a coerência e a intrepidez destes dois lutadores. Apetece repetir o velho ditado; “Já não há gente desta”. Mas há, felizmente há! Até pode ser um de nós. Tu também. E à frente de todos, como bandeirante e referencial, vai o corajoso, inquebrável Francisco Papa.
Os
malabarismos, as encenações, o laxismo, deixemo-los hibernar em férias
definitivas. Sejam a fortaleza e a verticalidade a nossa opção!
15.Set.18
Martins Júnior
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