Desde
4 de Agosto de 1578 vagueia pelo mundo português o interminável cortejo de
gerações e gerações na demanda de um D. Sebastião que lhes restitua a salvação,
tragicamente naufragada na soberba
aventura de Alcácer-Quibir. Onde abundou
o sonho superabundou a maldição. E agora? Agora, na era da astronáutica,
das “silicon valley” dominadoras do planeta e das “web sumit”, coincidentemente, sediadas na capital do país?
Em
boa hora o Prof. António Brehm ‘desencantou’ o códex 477 da Biblioteca Nacional
intitulado CHRÓNICA D’EL REY DOM SEBASTIÃO, contextualizada pelos Prof’s Cristina Trindade e Rui Carita. Por sua vez, a
Imprensa Academica (UMa) pôs-me nas mãos um exemplar e pergunta-me se, nos
tempos que correm, ainda temos de suspirar pela salvação, a de antanho, a de
hoje, a de amanhã. Por outras palavras sinónimas, é esta a grande incógnita:
será legítimo e aceitável esperar um Salvador, um outro e novo DOM SEBASTIÃO?
A pergunta, felizmente, é dirigida a seis
cidadãos desta ilha, viageiros no mesmo tempo, embora em naus diversas. Em
suma, a questão dirige-se a todos os
inquilinos do planeta, habitem onde habitarem. Aos da Madeira, particularmente
nesta data. E de cada um depende a resposta. A sua também faz parte deste
imenso e talvez indecifrável planisfério.
Que
“salvação” trará ao mundo o sexteto informalmente reunido nesta terça-feira, 6
de Novembro, pelas 18 horas no Auditório da UMa?
O
caso é connosco. A causa é de todos. Tenho para mim que a salvação não é
individual, mas comunitária. E a condenação também. Salvamo-nos juntos. E
juntos nos condenamos.
05.Nov.18
Martins Júnior
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