Nas
“oitavas” dos oitenta, sou eu que hoje bato à porta de todos quantos cercaram o
denominado “chão sagrado” do adro da
Ribeira Seca e aí desenharam um coração de luz e som que se alargou por todo o
extenso vale da freguesia.
Bato
à porta para lhes dizer que a festa foi
sua, cabendo-me apenas o ensejo e o pretexto da sua realização. E nisto vai a
minha enorme gratidão.
Bato
à porta do Grupos Folclóricos do Caniçal, com a pujança e o brilho da terra
onde o sol nasce primeiro. Do Grupo Folclórico de Machico, portador da genuína
tradição da primeira capitania da Madeira. Do Grupo Folclórico de Água de Pena,
com o viço e a frescura de uma Fénix renascida. E do Grupo Folclórico do Porto
da Cruz, com sabor telúrico à ecologia e ao vinho novo da festa do povo. A sua
participação, a título gracioso, jamais será esquecida.
Bato
à porta dos deputados presentes, sem distinção de partidos. Dos representantes
autárquicos, Assembleia Municipal, Câmara Municipal, Juntas de Freguesia de Machico,
Caniçal e Água de Pena. A sua presença, para além da protocolar oficialidade,
brilhou acima de tudo pela mensagem de fraternidade sem fronteiras.
Bato
à porta do amigo de gema, Padre José Luís Rodrigues, hasteio firme da luta
solidária, agradecendo-lhe o poema que teve a gentileza de dedicar-me e que foi declamado durante a liturgia de
Acção de Graças. Incluo neste abraço o Padre Agostinho César Jardim Moreira, do
Porto; do Padre Manuel Armando Marques, de Aveiro; do inquebrável Padre Tavares
Figueira e de outros tantos amigos que não cabem neste exíguo espaço.
Bato
à porta dos artistas presentes na festa que mantiveram e enriqueceram a alegria
do povo: os convidados do programa “Musicas do Arco da Velha” e seu apresentador Rogério Capelo ; dos cordofones "Braguinhas da Ribeira Seca" , na pessoa do prof. Nuno Mendonça; do grupo de jovens locais e a
surpresa final do já familiar Ruben Aguiar. Junto, ainda, a partilha logística dos
“Amigos da Música” e da firma “Soledes”.
Nesta “tribuna” de preciosa colaboração pragmática, ficam gravados os nomes
dos paroquianos que decoraram todo o recinto das festas e a dinâmica feminina
encarregada de prover à preparação e ao serviço das mesas.
Bato,
comovido, à porta e ao coração de duas mulheres, .Paula Franco e Irene Catanho,
pela surpreendente imaginação criativa que revelaram na concepção e realização da
colectânea de pensamentos dispersos no meu ‘blog’ e a que deram o sugestivo
título “LEGADO”. Trabalho aturado e minucioso, esse de pesquisa e selecção, que
muito aprecio e mais agradeço, bem como o prefácio do conterrâneo e amigo Prof.
José Eduardo Franco e o posfácio do Prof. Nélio Martins. Dentro do mesmo corpo
e do mesmo espírito do “LEGADO”, guardo, como num relicário guarda-jóias, os
testemunhos do Prof. Pe. Anselmo Borges, Frei Bento Domingues, Prof’s Teresa
Nascimento, Raquel Varela, Bernardo Martins.
Finalmente,
bato à porta do Grupo Coral, na pessoa do seu distinto Maestro e compositor Nélio Martins, primeiro pela criação e
harmonização da canção original que me dedicou e, no mesmo plano, pela cativante
interpretação que lhe foi dada pelo Coral de Machico.
A quantas mais portas terei de bater, nestas “oitavas”
dos oitenta? A tantas e a todas as que, de longe e de perto, estiveram dentro
do coração desenhado, a luz e som, no adro da Ribeira Seca. Todas as horas do
dia e todos os dias da semana não chegarão para esta minha romagem de gratidão,
sobretudo para dizer que o lucro maior de uma homenagem consiste na certeza de
que a sua mensagem chegue a todos e em todos permaneça: a força da Vida no
círculo do Amor!
19.Nov.18
Martins Júnior
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