‘Fechou-se
uma Biblioteca’…
‘As
Árvores Morrem de Pé’….
Mesmo
morto, aqui está um Monumento Vivo…
Estas
e outras bandeiras poderia hastear no mausoléu do nosso mais prendado herói da
resistência vitalícia. Optei, porém, pela mensagem do poeta sadino Sebastião da
Gama quando, em hora de romântica inspiração, deixou escrita “Ai, aquela, linda, longa melodia imensa”…
Porque foi assim que ele nos deixou, aos 110
anos, recordando esse radioso dia em que fui visitá-lo, escutando-lhe a voz
roufenha, mas de timbre afinado, puríssimo, naquela canção da juventude:
‘O mar no fundo
Entre as areias
Cantam sereias
À luz do luar…
O mar é lindo
A noite é bela
Descerra a vela
Remai, remai’
E
lá transpôs os efémeros horizontes que nos comprimem. Içou a vela e ei-lo
rompendo o Arco de Triunfo da vida, navegante dos Sete Mares para uma viagem sem
termo e sem regresso…
É
hoje o Dia de Acção de Graças!
É
agora a hora da Marcha Triunfal a que têm jus “os que da lei da morte se vão libertando”!
E
curvemo-nos com saudade perante este Milagre da Natureza. Mas também Milagre de
Si mesmo, enquanto artífice colaborativo do seu corpo. Ai, o Corpo – piano, violino, instrumento,
ferramenta da Alma! É no Corpo vivo que se manifesta a vivência da Alma! Como
ele o fez, façamo-lo nós também!
“Morrer é só deixar de ser visto”…
Esvai-se
a luva da mão, mas a essência fica connosco: a melodia, o espírito, o legado
incorruptível!
Saiamos
deste templo com a força deste vitorioso refrão na boca e no coração: MISSÃO
CUMPRIDA… ALLELUIA, ALLELUIA!!!
(Excerto do elogio pronunciado nas
exéquias do glorioso José Martins Super-Sénior, deste seu homónimo amigo e admirador
Júnior, em 16.V.2022, na igreja paroquial do Caniçal).
17.Mai.22
Martins Júnior
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