Estão
na moda, de há uns tempos a esta parte,
as diversas versões dos Evangelhos, Segundo este, Segundo aquele, Segundo mais
um outro estranho evangelista, quanto mais desconhecido mais apetecido. É assim
uma espécie de reaparição dos Evangelhos Apócrifos que nasceram na mesma época
dos Quatro Autênticos.
Vou acrescentar mais água à sopa – logo
vereis porquê – e já lá vão de bandeja mais cinco ou seis exemplares saídos do
prelo:
Evangelho,
Segundo o BCE.
Evangelho,
Segundo Os OLIGARCAS.
Evangelho,
Segundo o PANAMÁ.
Evangelho,
Segundo o OPUS DEI.
Evangelho,
Segundo a COSA NOSTRA.
Evangelho,
Segundo o BANCO VATICANO.
E tudo somado,
O Evangelho, Segundo o
DEUS MAMMONA.
Todas
estas “Boas-Novas” têm os seus santuários, os seus ícones intocáveis, os seus
missionários, uns fixos, outros itinerantes, têm os seus arsenais, as suas
abluções em lavatórios super-higienizados. E o mais comovente, têm todo o mundo
a seus pés. Com tanta subtileza, engenho e arte, que se misturam em farto
conúbio de alianças tais que não se sabe quando acaba o culto ao Deus Santo e
começa o altar do deus Mammona.
São
os próprios ‘crentes’ acocorados diante do “Bezerro de Ouro” do Monte Sinai que
o confessam e proclamam: “O DEUS DO MUNDO É O DINHEIRO” !!!...
E
eis que do fundo de um túnel sem começo surge uma figura esquálida - meio herói,
meio fantasma – e faz estalar as paredes concêntricas onde caminha, ribombando
até às extremidades: “NÃO PODEIS SERVIR A DEUS E AO DINHEIRO”.
Ele
vem hoje e amanhã. Muitos de nós escutá-lo-emos, em Lucas, 16,1-13.
Jesus de Nazaré, olha o mundo à tua volta.
Assim era, antes de cá chegares. Assim é, depois de cá estares.
Não
terá razão o poeta quando escreveu:
‘De que te serviu, ó
Cristo, regares com o teu sangue as urzes do Calvário?’.
Dizem
que o Natal vem a caminho. É lícito perguntar:
“Qual
Natal?... O Teu – ou o Natal do Deus Mammona?!”.
19.Set.22
Martins Júnior
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