Paulo Cafofo promete dar um murro (soco) em Lisboa para
conseguir o ferry entre Madeira e Lisboa.
Miguel Albuquerque, em Los Teques, promete gritar para
conseguir o voo TAP entre Madeira e Caracas.
No trapiche do país
já não há quem nos acuda
rússias ucrânias brasis
ninguém no mundo ajuda
tudo é triste tudo é
infeliz
numa ilha surda-muda
chamem artistas da
feira
para alegrar a Madeira
E logo a preço de saldo
saltaram dois da
cartola_
Vamos dar corda à
tarola
Um concerto Funchal
Jazz
Disseram à parceria
Um faz o solo do Grito
Outro o Murro à bateria
Vai começar o dueto
De Paulito e Miguelito
Cá em baixo quem manda
é o Soco
Lá em cima estica-se o
Grito
Raque raque Reque reque
Al-Bu-Ku e Al-Bu-Keque
Ka-Fo-Fu KaKofonice
Kafofone Ka-Fo-Fo-Fice
Ferry
ferry já soquei
e
quando vem eu já sei
rép
rép rap rap
grita
tu prá tap tap
Algo não bate certo
No desalmado concerto
Em casa não ensaiaram
E nem sequer se falaram
Mas lá fora vale tudo
Lá fora é que é bonito
Milagre da hipocrisia
Abraçam-se o Soco e o
Grito
(refrão)
Tás-me
estragando o concerto
tamém
falhaste esse soco
se
tocas mais alto que eu
levas
já um chuto no coco
Miguelito
acerta o passo
Não
grites desafinado
se
bufas assim tão aéreo
passa
o micro prao calado
(refrão)
Rép rép rap rap…
Mas o mar é
que tem culpa
destas ilhoas maldades:
um abana-se em Los
Teques
outro nas Necessidades
Grito-soco ou
Soco-grito
a ordem é arbitrária
por mais que mudem de
tom
e troquem de indumentaria
sempre o murro
cheira a esturro
sempre o grito
é espeto frito
(último
refrão)
nquanto o ferry não anda
e enquanto a Tap não voa
ninguém se livra do jazz
entre Funchal e Lisboa
entre um murrito paulito
e um chutito miguelito
19.Out.22
Martins Júnior
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