sábado, 1 de outubro de 2022

“VER” O SOM NOS MIRADOIROS DO ALTO…

                                                              


Deixo para o ‘Ímpar’ seguinte as sábias pistas do LIVRO deste fim-de-semana. Hoje dou lugar, aliás, procuro o mitológico lugar da Arte dos Deuses – a Música.

Dia Mundial da Música! Se de outras sonantes efemérides pré-datadas se diz que elas não pertencem a um só dia mas são de todos os dias que o sol deita ao mundo, então que se há-de dizer do Primeiro de Outubro – Dia internacional da Música?... Ele povoa todos os dias do Calendário, todas as horas do ritmo da Vida.

Não será exagero constatar que hoje o planeta Terra configura-se literalmente com o monumental anfiteatro, de reprodutivas linhas circulares, desenhadas pelo Supremo Arquitecto, onde todos os sons se cruzam e todos os corações se abraçam. Muito embora nos media seja dada audiência prioritária aos fabulosos concertos orquestrais enclausurados em auditórios, palácios, templos e solares de élite, o Espírito de Orfeu sobrevoa os mares, continentes, aldeias longínquas, desde o mais intimista serão nos terreiros do povo até alcançar as verdes encostas voltadas para o firmamento azul. E ali fica embalada – a Divina Arte -  num enorme berço feito dos dedos sonoros de crianças e jovens. Sem eles e elas, sem o aconchego de gente anónima habitada pela ruralidade genuína – “doce como os bosques e pura como as donzelas” – sem o miradouro do alto, o Dia da Música nunca teria o seu Dia Mundial.

                                                        


O universo de todos os sons e as partituras de todas as emoções ali estavam hoje no Miradouro da Portela, em Machico, ladeado pelas araucárias altaneiras e debruçado sobre os amplos vales e médios-vales do Porto da Crua, o mar ao fundo e a majestosa rainha vulcânica com toda a justeza entronizada em Penha d’Águia.

Juntaram-se no miradouro transformado em palco os cordofones madeirenses do Grupo “A Caçoar” da Ribeira de Machico e a Tuna de Câmara de Machico, vinda do Centro Cívico-Cultural e Social da Ribeira Seca. Digamos que as duas Ribeiras desaguaram em delta no Miradouro do  Alto da Portela.

                                     


Quem ali esteve – eram jovens, adultos e idosos – formando o mais belo anfiteatro de emoções partilhadas, sim, quem ali esteve não só ouviu Música. Direi que viu a Música, a Mágica Arte dos Deuses, passeando-se num outro paraíso terreal, como é todo o cenário da Portela e Santo da Serra. E, como cereja em cima do bolo, a dedicatória do evento àquela estância da vida, cujos protagonistas são os Idosos. Eles que hoje precisamente também  festejam o seu Dia.

Um bem-haja ao Município de Machico que em boa hora desdobrou a sua programação cultural com estes saraus localizados – “Música nos Miradouros” – extensivos às cinco freguesias do concelho.

 

01.Out.22

Martins Júnior

 

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