terça-feira, 13 de dezembro de 2022

LUZ E FESTA NUMA ESCOLA DE MACHICO

                                                                


Abrem-se as cancelas adventícias, rangem os gonzos dos portões natalícios e logo se atraem, movidos por uma subterrânea força centrípeta, amigos, colegas de trabalho, amaradas associativos em esfuziante confraternização. Logo pelo meio junta-se a tecnologia feérica e empresta à paisagem uma espécie de embriaguez luminosa descendo em cascata o dorso das montanhas, cambaleando em ziguezagues virtuosos até estatelar-se no chão das cidades. E se alguém perguntar quem faz anos, a resposta segue imediata: É festa, é a Festa!

Mas há outras parcerias, ocultas ao vulgo em trânsito, há outros repuxos iluminantes, invisíveis àqueles que não ultrapassam a casca dos dias e o batente das horas.  Mas, parecendo impossível, são essas parcerias e esses jactos luminosos que penetram nos cérebros atentos e vigilantes, são esses momentos que não se confinam ao Natal, mas enchem os dias, os meses e os anos, a vida.

É precisamente ao prazer de um desses momentos que dedico a  saudação deste dia. Dirigentes, professores e alunos da Escola Secundária de Machico (11º ano) reuniram-se para, sob o signo “Semana das Línguas”,  surfar (passe o estrangeirismo) sobre o Natal e suas variantes. Os responsáveis pelo evento entenderam dar a palavra, prioritariamente, aos alunos, que formularam as perguntas que quiseram (atingindo o número recorde de 48) projectadas no ecrã do auditório. Embora convidado (o que gratamente registo) a proferir uma conferência, para a qual me preparei com gosto, vi-me ali na condição de aluno ou, com uma ponta de ironia, no estatuto de réu da causa e a ter de responder aos meritíssimos juízes, os alunos. 


Devo dizer que apreciei a versatilidade das questões, muitas delas marcadas pelo timbre de uma certa ousadia/atrevimento, características louváveis da juventude e para cuja liberdade interventiva contribuiu a não identificação do/da interpelante. Apreciei, repito, o acervo das matérias `propostas e fiquei elucidado sobre os conteúdos mentais e emocionais dos jovens que, não obstante o conceito medíocre que, na generalidade, deles tem uma certa sociedade, eles são mais, positivamente muito mais do que parecem.  É intimamente reconfortante para um adulto, neste caso, para um octogenário, verificar que no ânimo destes jovens participantes há preocupações de saber a verdade, sem medos nem preconceitos, sobre o mundo que os rodeia e no qual irão viver, sobre  instituições supostamente intocáveis - como a Igreja, o Sacerdócio, o culto, a Mulher.

Logicamente não poderei desdobrar, num apertado ‘blog’, os diversos assuntos tratados e espero não ter surpreendido ou “escandalizado” nem alunos nem professores, sendo certo que aos jovens de hoje não nos é lícito dar “papas de maizena” ou pílulas sintéticas, anestesiantes. Com a devida vénia e sem agredir anquilosados processos de desinformação no passado, é urgente servir à juventude actual o prato suculento da Verdade, enfim, o GPS possível das estradas do futuro, para que, ao menos em nossa legítima defesa, amanhã não digam que os enganámos. Tomo aqui a palavra de ordem do Evangelho e dos seus primeiros bandeirantes; “A Verdade vos liberta”!

Uma palavra de reiterada simpatia aos alunos da mesma Escola e são também elementos da Tuna de Câmara de Machico, pelo brilho que deram ao encontro com a execução de melodiosas canções de Natal.    

 

 

13.Dez.22

Martins Júnior

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