Os dados estão lançados: depois de
amanhã, 29 de Março, é um dia poderosíssimo e, oxalá, o Dia D para a Madeira e Porto
Santo. Está todo o povo em parada, vigilante, à espera do toque de clarim para
avançar. O campo de guerra não chega a dois metros quadrados. A arma é uma
esferográfica e as munições um papelinho silencioso e interpelante diante dos
nossos lhos: o boletim de voto.
Alguém
duvidará da força desta arma e do peso da cruzinha desenhada no quadradinho?...São
mais fortes que um batalhão de artilharia,
mais estremecedores que um furacão. Porque um quartel armado não pode,
em regime democrático, destituir um presidente eleito, nem um tsunami pode
retirar a legitimidade de um governo ou de uma autarquia. Mas o voto pode e
faz. A atitude expectante e civilizada de cada votante na fila dos eleitores
vale mais que todas as manifestações públicas diante da Assembleia da República
ou da Quinta Vigia. Quantas vozes,
arruadas, tentativas de assalto se têm feito às instituições governativas, mas
os seus titulares lá ficam bem sentados e guardados, talvez rindo-se dos
manifestantes. Mas na mesa de voto, eles tremem como varas verdes e são postos
na rua, sem ruído nem escaramuças. Nem é preciso chamar a polícia de choque.
Eles saem humilhados e condenados …só com uma cruzinha bem desenhada no
recôndito de uma câmara de voto.
Foi
o que sucedeu em 29 de Setembro de 2013: Quantos e quantos de nós estavam
revoltados com a arrogância camaleónica das Câmaras da Madeira, todas da mesma
cor e do mesmo dono. Mas, num instante, silenciosamente, sete Câmaras mudaram.
Faço aqui um parêntesis para rejeitar as repugnantes afirmações de um candidato
(que pede maioria absoluta) ao acusar de inacção as câmaras que mudaram de
mãos. Nunca pensei que chegasse a tanta baixeza, ele que também foi presidente
no Funchal (e eu em Machico) que foi vítima também do aperto da Quinta Vigia e
que deixou 100 milhões de euros para a actual Câmara pagar! Cuidado: é o
pré-aviso de que fará igual ou pior que o ditador da Vigia.
Após
esta breve deriva, insisto que domingo próximo é dia da plena igualdade: o voto
do pobre vale tanto como o do milionário dos offshore; o voto do sem-abrigo
vale o mesmo que o do inquilino do palácio de Belém, Cavaco Silva; até o voto
do recluso vale tanto como o do juiz que o sentenciou. Ninguém se julgue menos
importante que os senhores maiorais.
Domingo é o dia de perder o medo., é o dia
em que o Povo está no pódio e os senhores futuros governantes estão no chão a
pedir-lhe esmola.
Que
ninguém enjeite esta tão alta categoria de ser juiz desta Região. Ganhe quem
ganhar, o povo tem de ensinar o ganhador que não pode ser capataz absoluto.
Atenção: a herança hegemónica da maioria
absoluta do governo madeirense não poderá produzir outros frutos senão os mesmos de há 40 anos: arrogância,
sadismo e surdez aos que os puseram no palanque.
O
Povo tem de dar educação democrática aos governantes. Isso só se consegue sem
maiorias absolutas. Ainda bem que há muito por escolher. E depois, pensemos que
quatro anos passam-se depressa. No fim, se não der certo, muda-se de caminho.
Madeirenses
e Potossantenses: que nenhum de nós perca a chave do poder. Domingo, ela está
nas nossas mãos. O Voto é a nossa Arma!
27.Mar.2015
Martins Junior
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