É
o Santo António, São Pedro e São João
É
a sua festa, é o seu belo dia
A
gente canta, canta de coração
Viva
Machico, viva a nossa romaria
Ontem
e hoje “Je suis Saint Pierre”. É o
que me ocorre dizer, enquanto me embalam o peito as canções com que se abriu a
noite de hoje em Machico. Certamente que em todas as cidades e lugarejos o
mesmo possam dizer todos quantos viram e, sobretudo, os que
prepararam e desfilaram nos cortejos. Há-os, sumptuosos, vistosos, quase
carnavalescos, com batidas musicais de
outras paragens. Há-os, também, os que primam pelo requinte, na mira de um
prémio dado pelo júri da feira. Todos satisfazem, mexem, “pegam na vida”.
Mas
a homenagem garrida, hoje dedicada aos homens do mar, na baía de Machico, teve
outro sabor. Porque foi genuína, fresca e leve, divertida. À sua passagem não
havia o habitual crítico espectador das marchas, mas em cada olhar em volta
sentia-se-lhe o ritmo contagiante da soltura alegre que irradiava dos participantes. Eram
pais e filhos, eram avós e netos, eram irmãos e colegas de estrada os que circulavam
nos arcos coloridos que traziam nos braços. O cortejo brilhou, não pelas
lantejoulas fugazes, mas pelo sorriso, as vozes, a sintaxe directa e cúmplice
entre quem ocupava as bermas ou o palco da rua: a letra, a música, a
coreografia saltitante de inspiração popular!
De
inspiração popular foram as partituras, com especial menção a da Banda
Municipal de Machico, do Centro
Cívico-Cultural e Social da Ribeira Seca e das “Flores de Maio” do Porto da
Cruz, diferenciando-se esta última por trazer música e instrumental ao vivo, sem
qualquer recurso a tecnologia sonora. Lindo e enternecedor ver e ouvir vozes
claras enchendo as ruas até ao cais da
cidade. A participação do Jardim de Infância, da “Universidade” Sénior e até Casa do Povo de Santa Cruz, todas entrelaçavam emoções e corações. O percurso pedestre dos
três Santos Populares, com o Santo António ao vivo, de Menino Jesus ao colo, o
São João e o seu cordeirinho a passo certo, as barbas de um São Pedro de carne
e osso, com a enorme chave do paraíso - foram outros tantos motivos de
expectativa e franca confraternização, Muito acertada a opção dos promotores por não terem atribuído qualquer discriminatória
atribuição de prémios, Participar foi o prémio maior.
São
Pedro é o padroeiro
É
o arrais da beira-mar
Aos
pescadores da nossa freguesia
Um
grande viva aqui viemos dar
Uma
chave de ouro com que a Junta de Freguesia de Machico fecha o mês de Junho e abre, até domingo, as
iniciativas lúdico-culturais “Arte e
Pesca” e “Do calhau se fez Arte”, integradas no Dia Oficial da Freguesia, 2 de Julho, a data da Descoberta ou
Achamento da Ilha!
Pela
simplicidade sem peias, as minhas congratulações.
29.Jun.16
Martins Júnior
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