Porque
Sábado é dia de ter direitos! Direito ao lazer e ao prazer após os sete dias
da criação. Direito de ter festa. Há-as ruidosas como metralhadoras e há-as
sobredouradas de lantejoulas fugazes. Há-as, ainda, opulentas do barroco
musical e rococó amaneirado na decoração, na liturgia, no requinte do
protocolo.
Hoje, apenas canto a Festa do Povo na
centralidade dos eventos felizes. Tem duas faces bivalves a nossa Festa:
aquela, interiorizada, que começa com a chamada a reflexão comunitária do Perdão e a outra, efusiva e vistosa, para exteriorizar o prazer conquistado ao
longo da semana.
É essa a nossa Festa. Começou pela
evocação assumida da interioridade inata que há em nós e leva incondicionalmente aos actos do Perdão,
porque sem Perdão não Festa! Foi o dia
de sexta, 22 de Julho. A outra é a festa franqueada e fresca que nos dá asas
para voar e voz para cantar. Cantámos hoje, na grande cimeira solidária entre crianças,
jovens e adultos. A tuna fez jorrar de mãos frágeis, inocentes, pulsões
profundas de júbilo contagiante, através da grande Ode à Alegria. As canções e
bailados intergeracionais – pais e filhos no mesmo embalo “doce e ledo” –
continuam a ser o pão e o vinho de quem desbrava a vida sem rodeios nem
fronteiras. A Eucaristia de Sábado
prolonga-se até ao cantar de Domingo, rediviva em 24 na celebração festiva, às
18 horas, altura em que o grande pedagogo da espiritualidade, o Padre José Luis
Rodrigues, dirigirá a mensagem ao Povo.
Entre a tradição e a modernidade – eis o
traço característico das nossas festas. No amplo adro da Ribeira Seca, o nosso
salão de festas,
cheiinho
como a maçã do Paraíso, respira-se a alma pura das gentes e recupera-se a
vitamina poderosa contra as viroses supervenientes.
“Porque
hoje é Sábado”… temos esse direito!
23.Jul.16
Martins Júnior
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