Quem
de entre nós não sente o lume bravio a torcer-lhe os braços e a cabeça?!.
Por
mais alto e belo que eu escrevesse nesta hora, tudo vergaria às garras das chamas
que consomem a Ilha. Nem tão pouco fixarei aqui qualquer imagem, não me
comparasse ao facínora Nero perante Roma a arder.
Apenas
um instante para apertar o peito e enregelar-me nesta contradição: a Terra, o
Ar, o Fogo e a Água, os quatro elementos constitutivos da vida, desde as crenças
do Budismo e do Hinduísmo, transformados agora em tenazes de tortura, armas
fatais para nós, beneficiários do planeta.
No
coração da Madeira, “cantinho do céu”, cravou-se a cratera do inferno!
E
oiço no mais íntimo de mim mesmo o mandato do Génesis entregue ao Homem pelo
Supremo Arquitecto: “Tomai a Terra,
cultivai-a e dominai-a”.
A
montante antes que a jusante!
Todo
o nosso, sempre escasso, mas reconhecido LOUVOR, deste mundo e do outro, para aqueles que passaram e passam noites e dias no
afã ininterrupto – “mais que prometia a força humana” – para dominar em 2010 e 2016 as quatro pujantes
fontes da vida: a Água, o Fogo, o Ar e a Terra!
E
para nós, os que habitamos a faixa leste da Ilha, mais precisamente
conterrâneos de Machico e Ribeira Seca, aonde não chegou ainda o furor cíclico
dos elementos, o meu grito enérgico, eco
do mandato bíblico: “Dominai a Terra”. Dominai o Fogo. A montante antes que a jusante. Prevenindo antes que remediando!
09.Ago.16
Martins Júnior
Sem comentários:
Enviar um comentário