E, com eles, a todos os obreiros na
luta de ontem, de hoje e de sempre, contra os incêndios, tanto no terreno, como
nos hospitais e centros de acolhimento
Ninguém lhes conhece o rosto
Enfardados como pasto entre o lume e o
negrume
Ei-los que avançam a golpes de machado
Contra o portão férreo em brasa
Do forno crematório
Que antes foi horto perfumado
Ninguém lhes sabe nem família nem casa
Mas rasgam ardentes destemidos
Os cantos retorcidos
De outros muros
Que antes foram alcova de outros fados
E hoje sepulcros de amores deserdados
Que cega onda estranha
Lhes arranca o coração
Para investir aos fantasmas da montanha
Colar o corpo ao madeiro em cachão
Hoje de verde-breu devorador
E antes dossel e brisa em seu redor
Soldados da Paz
Condenados à guerra
Para salvar a Terra
E quanto nela jaz
E quando vierem as chuvas de outono
As cinzas deslizantes
São as lágrimas frustrantes
Do bombeiro
Sem nome sem rosto sem trono
Tudo deu para salvar o terro inteiro
E aperta-lhe ao peito
A mágoa sem retorno
De não ter vencido o seu sonho perfeito
Bravo eterno guerrilheiro
A terra te agradece
Como numa prece
Nesta ou noutra primavera
As cinzas darão “flores de verde pinho”
Copadas
verdes brancas de arminho
Tocando as estrelas do céu
Então
Será esse o teu brasão
Será esse o teu troféu
11.Ago.16
Martins
Júnior
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