é ter o corpo feito do barro
do basalto e do cheiro onde ficou
a minha infância…
é sentir correr dentro de mim o rio
ribeira ou musgo prenhe da nascente que me viu
matar a sede primeira…
é naufragar e beber o sal azul daquela
baía
que me abraça e liberta a alma
inteira…
saber-me parte do mastro alto da
bandeira
que sustento e me sustenta
e que no meio da tormenta
Não deixarei cair ao chão…
SER PATRIOTA…
é ser verso da canção
ora vibrante aureolada
ora triste balada
esperando a madrugada
que trago na minha mão…
a concha da minha aldeia
tem o tamanho do mundo
nela me sepulto e afundo
para tocar-lhe o brilho
amá-la e erguê-la
como o tributo de um filho
à mátria sua, velhinha e bela…
SER PATRIOTA…É
levá-la a toda a parte
e onde quer que chegue
abrir o peito e apontar sem medo
Aqui mora o meu país
Aqui a minha ilha
aqui o meu rochedo
05.Out.17
Martins
Júnior
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