Nas
bodas de ouro da Radiodifusão Portuguesa na Ilha da Madeira, chamo uma outra
Ilha – a de Malta – para geminá-la com a nossa. Ambas cercadas de mar por todos
os lados e ambas apertadas pela corda
férrea que algema as mãos de quem escreve – garrote à solta que amarra a
garganta de quem afronta os
corruptores-poluidores do ar que respiramos.
Saúdo
DAPHNE CARUANA GALIZIA, jornalista, 53
anos, assassinada em 16 de Outubro, meia-hora depois de ter denunciado a
corrupção dos “donos da ilha de Malta”.
No
início das comemorações do cinquentenário da RDP/M, evoco a coragem de Daphne e,
nela, todos aqueles e aquelas que, entre nós, sentiram o apelo veemente da
consciência jornalística e tentaram, mesmo entre soluços e gemidos, despoluir o
negro ‘capacete’ com que os poderosos pretendem afogar o pensamento ilhéu. Gloriosa
- mas ingrata – a missão de jornalista!... Sobretudo quando a terra é um charco
e o império é de sapos!
Saúdo
o malogrado JOSÉ MANUEL PAQUETE DE OLIVEIRA que, amanhã, 20, dia do seu
aniversário natalício, será homenageado em Lisboa.
Saúdo
TOLENTINO DE NÓBREGA, da estirpe das terras de Tristão Vaz, “de antes quebrar
que torcer”.
Saúdo
os ilustres jornalistas, Mestres da Palavra pública que, vindos de Lisboa, deixaram ontem e hoje
no Teatro Municipal mensagens libertadoras, sem esquecer o realismo atroz dos
que se vêem manietados e amordaçados pelo poder dominante, seja o político,
financeiro ou ideológico. Retive, entre outras, a verdadeira, mas arrasadora,
constatação de Paula Cordeiro: “A cada jornalista que contesta, há uma fila à
porta para entrar” . A conclusão, nem é
preciso dizê-la: Como é duro ser Jornalista nesta terra!
19.Out.17
Martins Júnior
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