segunda-feira, 25 de junho de 2018

“CÉU” E “INFERNO” LADO A LADO…


                                                  
É a sina de quem teve a (boa ou má) sorte de um dia cair neste planeta: balouçar entre dois postes, dependurado ora num ora noutro ou, quase sempre, nos dois, dependendo inelutavelmente dos donos disto tudo, os que detêm dinheiro e poder. É o chamado “Desconcerto do Mundo”.
Estamos nessa. Basta olhar a paisagem dos hemisférios – os grandes, os médios e os mínimos – para percebermos que habitamos um labirinto de antípodas, tais as contradições que percorrem o corpo social, como larvas que não pedem licença para entrar, com a agravante de nos contaminarem e anestesiarem.
Deixo apenas as duas faces deste binómio feito de gente como nós:
O Mundial de Futebol realiza a ‘impossível’ miscigenação de povos, culturas, idiossincrasias, enfim, o mundo sem fronteiras. Ali, reincarna-se o espírito helénico que une os hemisférios e os corações no pódio da universalidade ou na ara do deus-futebol. Brancos, negros, amarelos, todos desenham no relvado o arco-íris da humanidade. Europeus, africanos, asiáticos, todos têm assento por igual no areópago das nações. Não obstante o espírito de emulação e competição que domina o “Mundial”, o panorama global que sobressai atinge as proporções de uma verdadeira Sociedade das Nações.
                                                     

Do outro lado, nos antípodas de ‘outro’ planeta, uma jaula enorme, descomunal e fétida comprime indefesas crianças que estendem os frágeis bracinhos para os pais que se despedem, forçadamente, dos filhos. Ali, mata-se a infância desvalida retirando-lhe o amor e a dedicação dos seus progenitores. O poder absoluto e o dinheiro afogam gerações, levantam monstruosos muros de desumanidade. E o cinismo americano atinge o paroxismo quando a primeira dama visita aquele poço de gritos e horrores para agradecer aos ‘cuidadores’ oficiais tanta generosidade e empenho em ‘zelar’ pelas crianças…
Que mundo é este que somos forçados a habitar?!
Quando virá o dia novo de abrir as portas da nossa “Casa Comum”?! Não pelo futebol, mas pelo desafio maior do direito a Vida!

25.Jun.18
Martins Júnior    


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