Tragam-lhe
apenas lençóis de linho branco
De mil
dobras
Que deles
fará o seu próprio caixão
Berço de
menino embalado em trovas
Escritas
por sua mão
Cordas da tumba
não
Não as
tragam que ele traz miríades de pautas
Entrançadas
abraçadas
Ao corpo
que era só alma
Também não
chamem coveiros
Que ele não
desce à terra
Bastam os
que até ontem
Lhe
ganharam a guerra
No lodaçal
onde medram
Não há tão
vasta planura
Para tanto
fulgor tanta lonjura
E o
infinito império
Daquela sua
divina arte
Não há
cemitério
Que o
contenha e o guarde
*
E quantos
responsos
Ofícios
salmodiais
Te doarem à
partida
Serão
apenas prelúdio e escolta
Aos acordes
triunfais
Sonatas
alelluias madrigais
Que
soltaste à tua volta
Não esqueço
Quando
nasceste
Victor Vencedor
Fechaste as
antigas trevas
E
anunciaste a manhã de um Abril Maior
Agora
Enquanto
esperas por mim
Faz como outrora
puxa a carteira de aula
E destes
ossos versos sem ritmo certo
Põe-lhes
carne e sangue timbrados sonoros
Sopra-lhes
esse espírito criador
E faz deles
um eterno fraterno Cântico de Amor
23.Out.18
Martins Júnior
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