“Homem
algum é uma ilha” – inscrita ficou nos anais da história humana esta sentença
de Thomas Merton. Estádios há, porém, do percurso existencial (chamemos-lhes “idades”)
em que a Pessoa-Viajante atinge a paisagem plana da condição humana e conquista
o direito de ser ilhéu, mais do que isso, de ser ilha. Estão neste caso, os
octogenários, os centenários e afins. O meu caso também. Após o remar-remar no
oceano vasto da vida, caber-me-ia habitar uma ilha, mais que não fosse a “Ilha
do outro mundo” de que nos fala o autor da “Mensagem”.
No
entanto, ainda navego e ao meu batel chegam solicitações, imprevistos,
questões, por vezes em forma de desafios, aos quais não devo fugir. Sucedeu em
princípios de Setembro p.p., por intervenção da jornalista Sofia Pinto Coelho, (SIC)
que esteve na Ribeira Seca, por ocasião das festas do verão. Viu, gravou. Entrevistou
livremente gente de dentro e de fora da localidade.. O programa – “Vidas Suspensas”
– aguardo-o com natural expectativa e serena ponderação, sendo certo que o seu
conteúdo suscitará divergências de opinião, diametralmente opostas. Todo o ser
pensante tem o direito de usar o seu poder crítico para análise isenta e
judiciosa do caso, como de resto tem sido
observado nas redes sociais. O conflito de ideias não se resolve como o dos “gilets
jaunes” nem com o recurso ao berro ou às armas. Se nem todos têm razão, todos
têm razões. E há que saber interpretá-las com a dignidade que merecem os seus
contributos.
Um
aspecto, porém, que tem feito correr muita aragem nas redes sociais, consiste
no argumento que roça as fake news, o
qual é dito e redito desta forma: o padre é “rebelde e foi suspenso por ser
deputado”. Ora, esclareço publicamente: quando S,Exª.Rev.mª D, Francisco
Santana me suspendeu eu já não era deputado. Foi outro o motivo circunstancial: Tendo sido eu convidado para padrinho de um
crismando na igreja matriz de Machico, Sua Ex.ª Rev.mª não mo permitiu e até
exigiu que eu saísse imediatamente do templo. “Enquanto não saíres, eu não
começo a cerimónia. E se não saíres. eu suspendo-te a divinis”. E assim aconteceu.
Seja qual o conteúdo da peça “Vidas Suspensas”
que amanhã, dia 4, a SIC transmitirá no
tele-jornal das 20 horas, continuarei a pedir justiça, isto é, que me julguem
em tribunal eclesiástico ou em tribunal civil!
E
acima de tudo, Paz e Vida!
03.Dez.18
Martins Júnior
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