quinta-feira, 21 de março de 2019

AO LARGO DO ILHÉU-MAR DA PONTA DE SÃO LOURENÇO: FALA DE TRISTÃO E ZARGO


                              


Será monstro ou mostrengo
Promontório ou tenebroso cabo
O que os meus olhos tocam lá onde
Assomam esconsos do diabo
Para engolir as frágeis naus em que navega
A Cruz de Avis, de Sagres, de Jerusalém?

“Oh São Lourenço, chega”!
Que tanto maior que o medo que do monstro vem
Será o velame
Desta bandeira-gente lusa que se fez ao largo.
Ou não me chame
Tristão ou não me chame Zargo!

De ti rochedo informe
Farei o milagre do pão
Em jardim terreal
Pão enorme
Do açúcar do vinho tântrico do perfume oriental

Que todos te amem, jamais ninguém te tema
Estância universal em Dia do Poema

Adeus  mar bravio, sangue amargo
Das fragas em cachão
Ou eu me não chame Zargo
Ou não me chame Tristão!
  ,
21.Mar.19
Martins Júnior

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