José
Luís Rodrigues, prestigiado padre madeirense, já tem registo de marca:
pensamento consistente, coerente, transparente! É, porventura, o único
sacerdote da diocese do Funchal que reúne numa perfeita simbiose o tão custoso tríptico
que define uma Personalidade – consistência, coerência, transparência.
De
entre muitas provas dadas, avulta o magno desafio que acaba de lançar “urbi et
orbi” : um debate global sobre o Celibato dos clérigos. Embora motivado pela
recente notícia dos 300 padres pedófilos da Pensylvannia, EUA, o seu desafio
vem de mais longe e agiganta-se no meio da mediocridade em que vegeta o clero
madeirense e, no caso vertente, a própria instituição eclesiástica.
JLR
é um jovem, mas detentor de uma maturidade caldeada no chão da vida das gentes.
Ele caminha na esteira intelectual dos eminentes teólogos Anselmo Borges e
Bento Domingues, com quem está sintonizado nestas e noutras questões
Dos
socalcos dos meus 80 anos, saúdo a sua coragem e acompanho-o no seu projecto.
E, desde logo, associo-me à iniciativa, colocando-me na lista de inscrições
para formular algumas teses que oportunamente aprofundarei, fruto do percurso
de décadas entre as estantes da biblioteca e as pègadas do quotidiano. As
minhas e as de colegas sacerdotes que, já do outro lado do Universo, deixaram
rastos de luz que ainda perduram.
A
título de ensaio, transcrevo um dos veementes apelos que a escritora canadiana
acaba de proclamar em Carta Aberta dirigida ao Papa Francisco: “Seja valente, chegou a
hora. Por isso, peço-lhe que tenha coragem de dizer BASTA. Como autoridade
suprema da Igreja, este seria o acto mais importante, mais valoroso e mais
cristão de todo o seu mandato”.
Mas o Papa apresenta-se impotente nesta
matéria. Porque, maior que ele, é tremendamente poderoso o lobby gay na cadeia hierárquica da Igreja, a começar pelo Vaticano.
O celibato é o fruto maduro e musculado de todas excrescências que o Império
dos Eunucos foi construindo contra a Igreja-Comunidade de Jesus. Para abolir o
celibato, o Papa deveria eliminar primeiro as causas e a casuística ridícula,
senão mesmo aberrante, com que os seus antecessores macularam e vilipendiaram a túnica inconsútil do
Nazareno. Por outras palavras, deveria purificar o cristianismo, fazê.lo
regressar às origens.
Mas, como e para quando?
Quando houver sacerdotes e ristãos da
fibra do Padre José Luis Rodrigues: consistente, coerente, transparente.
Façamos a nossa parte.
19.Ago.18
Martins
Júnior
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