Hoje
é tempo de vigília. De espera por alguém que traz na mão o facho olímpico da
Ideia regeneradora de todo mundo habitado: de ontem, de hoje, de sempre.
Propositadamente conjugo o verbo no presente --- “traz na mão” --- porque é de ontem, de hoje e de sempre aquele que
esperamos surgir na madrugada de 30 de Novembro.
Foi
em 1773. No sitio dos Moinhos, entre Banda d’Além e Graça, freguesia de
Machico, “em pobre, sim, mas paternal morada” viu “a primeira luz do sol sereno”
o Nosso Camões ou Camões Pequeno, como então lhe chamaram
--- de nome próprio Francisco Álvares de
Nóbrega. O sudário exangue que foi toda a sua vida será amanhã evocado no Salão
de Actividades da Junta de Freguesia, numa iniciativa desta autarquia e da “E-FAN,
Estudos Nobricenses”, a associação que tem desenvolvido estudos vários sobre
Francisco Álvares de Nóbrega, sobretudo a partir de 2006, aquando das
comemorações do bicentenário da sua morte, aos 33 anos de idade.
A
mensagem deste Senso&Consenso tem por
objectivo único convocar, ou longe ou perto, quem se sinta movido pelos ideais
que determinaram a trajectória, a um tempo, gloriosa e dolorosa deste nosso
ilustre conterrâneo, os eternos ideais da Liberdade, Igualdade e Fraternidade
que, oriundos da Revolução Francesa, viajaram triunfalmente até aos mares da
Madeira. Por eles deu a vida. Injustiçado e preso nas masmorras do Limoeiro,
sob os ferros da Inquisição, ele conservou sempre a aura interior da paz dos
justos e os louros dos poetas de outrora
No
palpitante drama histórico Frei Luis de
Sousa de Almeida Garrett, o velho
aio Telmo, debruçado sobre a campa de
Luis Vaz de Camões exprimiu nestes termos o seu maior panegirico e a sua mais
profunda mágoa: “AQUI JAZ A MAIOR ALMA QUE DEITOU PORTUGAL”. Do mesmo modo,
nesta vigília de homenagem e encantamento, apraz-me repetir com toda a justiça:
AQUI NASCEU A MAIOR ALMA QUE MACHICO DEITOU AO MUNDO”.
Não
se lhe conhece o rosto, nem sequer o cemitério,
em Lisboa, onde foi anonimamente sepultado.
Simbologia perfeita de um homem que bem pode considerar-se Cidadão da História:
de ontem, de hoje, de sempre!
Amanhã,
a partir das 20 horas, no local
supra-indicado, teremos o gosto e a
saudade de descobrir as pegadas dos seus
passos que. muito antes de nós, traçaram rumos de arte e libertação, como
pioneiro dos tempos futuros. Os nossos tempos!
29.Nov.15
Martins Júnior
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