Tem
andado o mundo todo em alerta vermelho, suspenso das eleições de amanhã, nos
EUA. E com justificada razão. Não vou terçar armas no duelo dos dois
candidatos, porque sobejas têm sido as mensagens informantes sobre tão
momentoso acontecimento. Daqui de longe, sem direito a voto, num invisível
ponto do mapa, também me preocupo. Mas por razões maiores.
No
labirinto do nosso dia-a-dia, afadigamo-nos, corremos, disputamos, fabricamos
problemas, esgaçamo-nos até à exaustão pelo nosso quinhão, pelo nosso clube,
pela nossa bandeira e então, quando
chegam à nossa beira as urnas de voto, o formigueiro das gentes não descansa,
faz rego na casca das árvores, empenha anéis e dedos, argolas e braços, tripa e
coração, como se o nosso candidato fosse o maior, como se o nosso partido fosse
a salvação do mundo, entronizada na urna.
Magra
ilusão, miopia infantil, coisa de pobre!
Dei
comigo a pensar e a pesar o logro em que andamos alegremente levados e ludibriados. Mas… quem somos nós? Quem nos
comanda? Não seremos nós marionetas inconscientes a abanar, a abanar, como essas
pás eólicas, singulares e altaneiras, telecomandadas desde a Holanda?... É este peso
que me despe o cérebro e ri-se de mim, ri-se de nós. Afinal, o planeta redondo
é redondamente comido à mesa de uns magnatas fartos de estômago, mas mirrados
de cabeça atacada pelo “Zika”. São eles a microcefalia qualificada que, com um piparote
enfadonho, faz abalar o mundo. Antes, nas arenas subtis da Guerra Fria, estavam
as nações sob a espada de Dâmocles nas mãos da América e da Rússia. A economia,
o armamento, a ideologia de Estado, a segurança mundial estavam suspensos desse
fio mortal que girava entre Moscovo e Washington. Novos focos – poucos - foram ganhando altura e assento, sobretudo, as economias emergentes da Índia e
da China. E a incógnita potência,
deslocalizada, que chega do Oriente e circula, com fome e sede, nas veias do organismo europeu! Até a própria Europa, que se apresentou como a
sentinela vigilante do Velho Continente, tornou-se uma torre de comando, não
para defender, mas para controlar, à
distância, as finanças e a vida dos países, entre estes, os mais indefesos e,
por vezes, ingénuos. Que ingénuos, cobardes e acocorados foram os governantes!
A
este propósito, sugiro me acompanhem na leitura do arguto analista da política
mundial, Noam Chomsky, através das impressivas páginas do livro que tem por
título “QUEM GOVERNA O MUNDO “?
Por
muito que esteja a nossa cerca vigiada e o nosso seguro em dia, a verdade é que
um espirro nos EUA pode varrer, como um tufão, os povos mais longínquos.Basta lembrar o tenebroso "Lehman Brothers" e os escombros a que reduziu a banca exterior. Vivemos comparados à pacífica Itália, abençoada pela vizinha bênção papal, mas
atreita à fúria subterrânea do vulcão iminente. Daí que nos afecte o voto
americano, lá longe. Os alemães, estariam eles cientes
dos futuros massacres infligidos ao mundo quando votaram Hitler? A mesma pergunta a quem, de boa fé,
votou no tão ascético quanto cruel Salazar? E os americanos já terão feito contas ao futuro – o seu e o
nosso - na hora de votar Hillary ou Trump?... Nem de
propósito, hoje o El Mundo transcrevia
uma afirmação de Putin: “Se Trump ganhar serão melhores as relações entre
Rússia e América”… Sem comentários.
Não
vamos perder o sono. Mas não esqueçamos que é uma pequena tribo infectada pelo
vírus do “Zika” que comanda o planeta. É
a microcefalia congénita de uma minoria
que contamina e é capaz de matar a grande maioria da humanidade. E é por
isso que nos ocupa e preocupa o voto de amanhã nos EUA.
A
solução para passarmos “Do Medo à Esperança” é a capacitação de cada país e de
cada cidadão em unir-se para ganharmos o direito ao sol que nasce para todos. E
não apenas para a microcefalia hereditária.
07.Nov.16
Martins Júnior
Sem comentários:
Enviar um comentário