A
música, a poesia, o teatro, as artes plásticas caíram como chuva miudinha – a única
que fica e faz crescer - fecundaram generosamente
o solo madeirense. Foi arte e foi beleza. E onde há beleza e arte aí germina o
Espírito, na sua acepção maiúscula, radical e abrangente.
A
coroar este fim-de-mês e ao abrir do pano para a espiral mágica de Dezembro, a
Madeira será visitada pelo bater de asas de alguém – não sei se lhe chame mensageiro, arcanjo da Luz, embaixador da
Verdade. Ele vem trazer-nos o sopro
vivificador que paira por sobre toda a actividade humana, o Espírito. Por
outras palavras, ele será a cúpula envolvente de todo este esforço construtivo
que, dia-a-dia, vão erguendo os ilhéus na sua terra.
Refiro-me
ao Prof. Dr. Pe. ANSELMO BORGES, o docente universitário, o filósofo, o
teólogo, o companheiro solidário em toda esta marcha ascensional para o
“Espírito feito carne”. Ele vem realizar o conceito, para nós tão caro, da
continuidade territorial. O longo curso de viajeiro itinerante que tem feito em
terras continentais na proclamação dos valores mais altos, vem estendê-lo a
esta ilha, que também é Portugal. O seu novo livro tem suscitado a atenção de
professores universitários, intelectuais e artistas, crentes, ateus e
agnósticos que o têm apresentado e debatido desde Braga ao Porto, desde Coimbra
a Lisboa, sempre com o nobre horizonte da procura do Espírito que ilumine as
trevas ou a neblina em que navegamos sem terra à vista. Como bem observou João Céu e Silva numa recente entrevista a
Anselmo Borges para o “Diário de Notícias” de Lisboa, esta obra de corajosa
pesquisa da Verdade resume-se, afinal, não a um receituário de respostas, mas
um somatório de perguntas, as incógnitas com que se confronta a condição
humana: “Quem somos, De onde viemos, Para onde vamos, O que é que nos espera?”.
Na mesma direcção aponta Andrès Torres Queiruga, da Universidade de Santiago de
Compostela, que define este livro como “uma ocasião propícia para leitores e
leitoras se aproximarem de uma visão excepcionalmente lúcida sobre os graves
problemas do nosso mundo”.
Desta
vez, o seu “cruzeiro” à Madeira – onde já esteve na mesma tarefa de apresentação
de obras suas e de outros autores, entre os quais a de Naomi Wolf, “A Vagina”,
uma apresentação altíssima, magistral e nobilitante, no Teatro Municipal
“Baltazar Dias” – desta vez, dizia, começa pelo marco primeiro da Descoberta,
Machico, no Solar do Ribeirinho, segunda-feira, 28, pelas 17,30 H. No dia
seguinte, rumará a Funchal, mais precisamente à Sala do Senado da Universidade
da Madeira, às 18 H.
Mas
o nosso Autor não é só o intelectual dos grandes areópagos do pensamento em
Portugal e no estrangeiro. É, sobretudo, o Homem - sensível aos outros - é o
Pastor humilde da celebração popular das periferias, como foi em Moçambique nos
seus verdes anos e como o faz actualmente numa modesta capela da Foz do Douro. E como
sempre o demonstrou quando veio à ilha, fá-lo-á no domingo próximo, pelas 9,30
H, no templo da Ribeira Seca a cuja população chama carinhosamente “a minha
comunidade”. É com renovada emoção que vamos recebê-lo e escutá-lo.
Bem
vindo até nós, Prof. Dr .Pe. ANSELMO BORGES, aceite o preito da nossa mais sentida
gratidão!
25.Nov.16
Martins Júnior
Sem comentários:
Enviar um comentário