O Santuário da Senhora dos Remédios, em Lamego, foi o palco privilegiado
para o Prof. Doutor Padre Anselmo Borges celebrar o Jubileu Sacerdotal do
Cinquentenário da sua Ordenação. Em homenagem ao ilustre Mestre, missionário da
“Sociedade da Boa Nova” em Moçambique,
laureado em Roma, Paris e Tubinga e Catedrático de Filosofia na Universidade de
Coimbra, eminente teólogo na linha do Papa Francisco, transcrevo as palavras
que lhe dediquei em 15 de Agosto de 2017:
O Douro das fragas quase infinito
E o gélido granito
Estremeceu
Quando um Rio Novo irrompeu
Do genesíaco seio de Resende
Mas o Rio Moço tinha mais sede
Que as terras de Resende
E fez-se ao mar
Içou as velas
Estendeu remos
Desafiou estrelas e procelas
Passou além do Bojador
Dobrou o Cabo das Tormentas
Porque o sonho era maior
E fez a ponte
Do Atlântico Mar
Ao Índico Oceano
Ó mítico terro moçambicano
Onde o Rio Novo
Achou aquela foz
Que lhe deu asas
Torna viagem e ruma
À velha Roma
Do Sacro Império severo e austero
Andarilho do Desassossego
Sobe à livre Germânia de Kant e
Lutero
Torna viagem
Toca as margens do Mondego
Que tem mais encanto
Nas sábias lições do Mestre
Quando entrelaça o divino e o
humano
Depois Madeira
Onde o anel ouro-Douro
É azul marinho sem termo, transfigurado
Ai o Rio Novo
Fez reflorir a Ilha do Basalto
Madeira e Resende
Se uma é o soprano
A outra é o contralto
Do cinquentenário Alleluia
Que Maestro Anselmo compôs
Neste seu, que é o Grande Dia
Ao Prof. Doutor Padre Anselmo Borges
agradeço a honra de ter-me associado a tão expressiva efeméride que reuniu
personalidades de primeira água em Portugal, desde escritores, professores
universitários, jornalistas e até políticos de diversos quadrantes, os quais
marcaram presença genuinamente afectiva, pois que a maior credencial que
apresentaram foi a amizade e a consideração para com Anselmo Borges. A mesma
razão explica que no altar estivessem, não os dignitários eclesiásticos oficiais,
mas os verdadeiros amigos, colegas no sacerdócio, o seu irmão mais velho, o
Superior da Sociedade Missionária de Valadares, Frei Bento Domingues e a minha
modesta pessoa. Por solidariedade com as vítimas do Monte, deixei para hoje a presente
publicação. Bem haja!
19-Ago-17
Martins Júnior
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