Atravesso a ponte – o longo e largo
passadiço que começa pelo fim e acaba no princípio – entre o “31” de hoje e o “1”
de amanhã. Não sou mais que um transeunte dentro da multidão anónima. Todos
deixaram na outra margem a quietude sonâmbula dos dias e das noites sem
ponteiros. E agora apetrechamo-nos para alcançar o ilhéu de nuvens, do tamanho
do mundo. Aí acordaremos para a prosa
corrente das horas repetidas. Quando lá chegar (e amanhã será) contar-vos-ei o
que os meus olhos vêem e a minha mão escreve na ponte ímpar entre duas margens…
31.Ago.17
Martins
Júnior
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