Cumpriu-se
a história! Foi ontem na comunidade da Ribeira Seca.
Na
data maior do “Ano 33” – 18 de Março –
as portas abriram-se de par em par e,
tal como em 1985, o sol voltou a encher o templo e os corações. Quem tem hoje 40
anos de idade pouco ou nada retém dessa época tumultuosa mas brilhante. Os pais e os avós foram transmitindo o facho histórico, misto de
treva e luz, para as futuras gerações que ontem se reuniram em festiva
comemoração.
Foi
Bento Domingues, o teólogo, o missionário, o orador dominicano, quem lançou o
pregão definidor do acontecimento. Por coincidência, ouviu-se proclamar ali,
eloquentemente, a mensagem que o próprio escreveu nesse mesmo dia na sua
crónica semanal do jornal “Público”, plenamente identificada com o momento: “QUANDO
PERDER É GANHAR”.
Juntaram-se-lhe
depoimentos de testemunhas participantes dos factos, ecoaram as canções da
época, gravadas no CD “A Igreja é do Povo e o Povo é Deus” – o nosso código
teológico – e uma onda de júbilo espiritual encheu toda a manhã. Porque valeu a pena – e pequena não foi
a alma – “de passar além da dor e do Bojador”. Porque das pancadas sofridas
enrijeceu-se o tronco da personalidade colectiva da comunidade. Ali, mais uma
vez, cumpriu-se o mandato milenar: “O Povo É Quem Mais Ordena”.
Não
seria completa a marcha da vitória se ontem não estivesse connosco o Pe. Mário
Tavares Figueira, o corajoso intérprete da liberdade do Evangelho, colaborador
intemerato da nossa causa. Ele estará presente – para sempre! – nas pedras do
adro e na alma das nossas gentes.
Enquanto
nos despedimos do “Ano 33”, acompanham-nos a música e os versos que os nossos
poetas compuseram então:
É Dia de Acção de
Graças
Assim podemos dizer
Em o Povo estar em
festa
Depois de tanto sofrer
O nosso Povo estremece
Cheio de felicidade
Por sermos os lutadores
Pelo direito à Verdade”
19.Mar.18
Martins Júnior
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