Se
tivesse de descrever aquela tarde de Domingo, vivida ontem na faixa ribeirinha de Machico, vesti-la-ia de prazer e graça, titulando-a de uma forma
tão singela e tão plena como esta: “Poema Igual a um Dia Igual”, querendo com
isto dizer que o Dia foi um Poema igual a si mesmo.
Desde
logo, porque foi o Dia da Mãe, associando-se-lhe todo um feixe de canções,
livros, cordofones, ritmos infantis, suaves como bálsamo e, sobretudo, povo,
muito povo, de todas as idades e sensibilidades que ali acorreu para partilhar o
último dia da Feira do Livro em Machico.
Pela
minha parte, dedico esta página a todos quantos tornaram possível a edição dos “Poemas
Iguais aos Dias Desiguais”, perdidos e reencontrados nas pregas do tempo, desde
1958. Agradeço-lhes o esforço (faço ideia do quanto isso custou) em seguir o
rasto de papéis sem paradeiro certo. Inicialmente contrafeito e opositor à iniciativa de amigos e amigas, acabei por congratular-me
com o produto final, Dei por bem empregues as duas horas e meia de mensagens
autografadas nos exemplares disponíveis (os quais se esgotaram) bem como o
reencontro de velhas amizades, de longe e de perto.
Um
agradecimento especial à Professora Doutora Teresa Nascimento, da Universidade da Madeira, pela
apresentação dos textos, um gesto de generosa disponibilidade e meticulosa acutilância
na análise dos mesmos. Aos dois conterrâneos companheiros das antigas lides
culturais (desde a década de 60, do século passado) Alexandre Aveiro e João
Manuel Henriques Fernandes, pela cadência sonora que puseram na recitação dos
versos. Na mesma linha e no mesmo abraço de gratidão envolvo a dra. Irene
Catanho, na organização; as dras. Paula Franco Gois, na laboriosa tarefa da revisão,
a dra. Mónica Vieira, vereadora do Município, pelo ânimo que transmitiu aos
autores da iniciativa; à dra. Madalena Viveiros, pelo acento impressivo e
profundo que deu na declamação dos poemas. Ao jovem Nuno Freitas que, com a
canção “Allellujah” que abriu a ribalta para a evocação de Leonard
Cohen, através do poema: “ Decreto-Lei: A Canção não se define, Ama-se”, sentidamente
interpretado pela dra. Benvinda Ladeira. Uma saudação incontornável ao
ilustrador da capa, Mário Ramos, a quem agradeço a inspirada intuição com que
elaborou o seu trabalho. À dra. Lídia Paiva e ao dr. Telmo Viveiros, pela
dinâmica logística na concretização das tarefas inerentes à produção do livro.
Finalmente
(the last but not the least) um
carinho congratulatório para com a rica assembleia democrático-cultural que
partilhou o recinto do Largo da Praça onde, em plena atmosfera de liberdade,
foi efectuada a apresentação dos “Poemas Iguais aos Dias Desiguais”. Naquela
tarde da Feira do Livro, denominada “Francisco Álvares de Nóbrega”, o Largo da
Praça, em Machico, transformou-se na mais genuína “Praça da Canção”.
07.Mai,18
Martins Júnior
Sem comentários:
Enviar um comentário