segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

RELIGIÃO E RELIGIÕES: ABRAÇO OU CONTRADIÇÃO?... O ENIGMA


                                                             

Para decifrar o enigma enunciado em 19.01.19 – “De entre todas as guerras,  qual a que nunca terá fim?” – proponho alguns tópicos coadjuvantes da pretendida solução:
         1 – “Não haverá nunca paz entre as nações enquanto não houver paz entre as religiões”. O veredicto tem a assinatura do famoso teólogo alemão Hans Kung, na “Declaração de uma Ética Mundial”  que mereceu a aprovação do Parlamento Mundial das Religiões, realizado em Chicago, no ano de 1993.
         2- Falar de “paz entre as religiões” pressupõe implicitamente o impossível paradoxo de que a religião é fonte de combate ou, no limite, pode tornar-se a mãe de muitas e de todas as guerras.
3 - Não, a religião, enquanto emanação da psique humana, “ânsia de subir, cobiça de transpor” (Goethe) nunca arrastará na sua génese o vírus da desagregação nem o verme da destruição. Escreve o abalizado filósofo e teólogo Prof. Anselmo Borges: “Se Jesus e também Maomé aparecem inseridos no tempo-eixo da história, é por causa da sua continuidade com os grandes profetas de Israel, desse período, tal como Confúcio e Lao-tsé na China, Buda na Índia, Zaratustra na Pérsia, os pré-socráticos, Sócrates, Platão e os trágicos na Grécia” (Religião e Diálogo Inter-Religioso, Coimbra, 2011).
4 – E se no Homem universal e intemporal desaguam todos os rios e todos os afluentes do Transcendente inato – “O Homem é um animal naturalmente religioso” (Pascal) – então forçoso é concluir que todo o enigma reside no dilema Religião-Religiões. Serão sinónimas as duas concepções? Ou serão paralelas? Ou concorrentes? Quem sabe se entre Religião e Religiões interpor-se-á uma congénita antinomia, uma insanável contradição?   
5 – No fim da picada, urge perguntar se se deve falar de guerra da Religião ou guerras das Religiões. E, daí, interpelar Hans Kung sobre o seu veredicto de 1993.
Eis o percurso deste Oitavário da Unidade, entre 18 e 25 de Janeiro, tempo oportuno de construirmos, todos os que se dizem cristãos, a plataforma unitária destruída em 1054 no Oriente e em 1520 no Ocidente.
Este é também um tempo de descoberta!

21.Jan.19
Martins Júnior

Sem comentários:

Enviar um comentário