quarta-feira, 23 de março de 2022

17.500 contra 17.499 !!!

                                                                                      


A soma de todas as manhãs venceu a soma de todas as noites. E ergueu o padrão vitorioso no dia – um só dia e hoje foi – em que os homens e mulheres de todo o país não deixaram cair ao chão a Bandeira da Liberdade reconquistada!

Por muito que desagrade aos corvos nocturnos das 17.499 valas comuns em que devoraram e sepultaram gerações, era imperioso fazer uma festa – a Festa da Democracia contra a Ditadura.

Belo, belíssimo tudo quanto se passou na capital portuguesa: os poemas, os cânticos, a homenagem aos militares de Abril e a saudade aos que não viram o sol desta manhã do 17.500º dia!

Mas não há festa sem dor. Ad Augusta per Angusta!

Muitos foram – muito mais que os dias contados – aqueles que carregaram aos ombros e apertaram ao peito a miséria, o medo, a prisão, a deportação e a morte para que chegasse o Dia Maior.

Em preito de gratidão e respeito pela sua memória, seja nosso, ao menos, um dia dos 17.500 gloriosos dias. Isto é, que não voltemos as costas ao apelo quotidiano da Democracia. Porque a ditadura serpenteia subtilmente por entre os seixos que pisam os nossos pés: na rua, na oficina, na escola, na choça, no trono e no altar. Acrescentemos uma pétala mais ao majestoso Cravo Vermelho do 25 de Abril !!!

Somos portugueses, é nossa a vitória!

Mas também somos madeirenses. Por isso, deixo no mais fundo do nosso subconsciente esta pergunta: Teremos nós, ilhéus, conseguido atingir plenamente o 17.500º Dia da Liberdade?!...

 

23.Mar.22

Martins Júnior


1 comentário:

  1. Magnífico! Mas o que tem sido feito para a melhora das populações? Pelo que sei, desde a "democracia" nunca se emigrou tanto! Só discurso bonito não traz esperança!

    ResponderEliminar