A soma de todas as manhãs venceu a soma
de todas as noites. E ergueu o padrão vitorioso no dia – um só dia e hoje foi –
em que os homens e mulheres de todo o país não deixaram cair ao chão a Bandeira
da Liberdade reconquistada!
Por muito que desagrade aos corvos
nocturnos das 17.499 valas comuns em que devoraram e sepultaram gerações, era
imperioso fazer uma festa – a Festa da Democracia contra a Ditadura.
Belo, belíssimo tudo quanto se passou
na capital portuguesa: os poemas, os cânticos, a homenagem aos militares de
Abril e a saudade aos que não viram o sol desta manhã do 17.500º dia!
Mas não há festa sem dor. Ad Augusta per Angusta!
Muitos foram – muito mais que os dias
contados – aqueles que carregaram aos ombros e apertaram ao peito a miséria, o
medo, a prisão, a deportação e a morte para que chegasse o Dia Maior.
Em preito de gratidão e respeito pela
sua memória, seja nosso, ao menos, um dia dos 17.500 gloriosos dias. Isto é,
que não voltemos as costas ao apelo quotidiano da Democracia. Porque a ditadura
serpenteia subtilmente por entre os seixos que pisam os nossos pés: na rua, na
oficina, na escola, na choça, no trono e no altar. Acrescentemos uma pétala
mais ao majestoso Cravo Vermelho do 25 de Abril !!!
Somos portugueses, é nossa a vitória!
Mas também somos madeirenses. Por isso,
deixo no mais fundo do nosso subconsciente esta pergunta: Teremos nós, ilhéus,
conseguido atingir plenamente o 17.500º Dia da Liberdade?!...
23.Mar.22
Martins Júnior
Magnífico! Mas o que tem sido feito para a melhora das populações? Pelo que sei, desde a "democracia" nunca se emigrou tanto! Só discurso bonito não traz esperança!
ResponderEliminar