Toda a noite
Cavo infrene o vento
norte
Varreu a fundura dos
mares
E o esquadrão em fúria
bateu à minha porta
Afoga-me um grito
arrasta-me um silêncio
Pés e mãos estalam
entre os calhaus
Que vão e vêm
Por mais noites
repetidas
Por mais dias
renascidos
Não dá trégua o mar do norte
Sempre é ele o vencedor
entre vencidos
Esse furor e essa insânia
Toda a noite a ribombar
Levam-me às portas da Ucrânia
Estrondos terra mar e ar
Vira a proa ruma a Leste
Abala tanques e
monstros
Cobre de azul o Mar
Negro
E no pranto frio da Crimeia
Abre o dia de um sol de
ouro
Seja toda a noite Lua
Cheia
Retiro em São Vicente, Madeira, 09.Mar.22
Martins Júnior
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