quarta-feira, 9 de março de 2022

MAR DO NORTE RUMA AO MAR NEGRO – INTERMITENCIAS DE UM RETIRO

                                                    




Toda a noite

Cavo infrene o vento norte

Varreu a fundura dos mares

E o esquadrão em fúria bateu à minha porta

Afoga-me um grito arrasta-me um silêncio

Pés e mãos estalam entre os calhaus

Que vão e vêm

Por mais noites repetidas

Por mais dias renascidos

Não dá trégua o mar do norte

Sempre é ele o vencedor entre vencidos

 

Esse furor e essa insânia

Toda a noite a ribombar

Levam-me às portas da Ucrânia

Estrondos  terra mar e ar

 



Vira a proa ruma a Leste

Abala tanques e monstros

Cobre de azul o Mar Negro

E no pranto frio da Crimeia

Abre o dia de um sol de ouro

Seja toda a noite Lua Cheia

 

Retiro em São Vicente, Madeira, 09.Mar.22

                 Martins Júnior

 

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