Luta fria… luta quente…
luta financeira… luta ideológica… lutas de todos os nomes, de todas as armas,
de todos os tons e de todas as cores!
É
neste estranho peritoneu que se move e agita o coração, os pulmões, enfim, o
organismo deste nosso mundo, o planeta em que nós vivemos. Com que olhos e com
que espécie de lentes observar-nos-ão os possíveis (e impossíveis) selenitas,
marcianos, saturnianos, habitantes de outras constelações?!
Luta
é a palavra de ordem desta marcha que fazemos desde que nascemos até chegar a
hora do descanso dos heróis – e somo-lo tantas vezes na vida. A nível
biológico, do crescimento, a nível laboral e intelectual, somos todos
mobilizados para essa campanha. Até mesmo no estádio religioso e da ascese,
viver é lutar.
Cumprindo
o rumo de cada fim-de-semana, recorro ao LIVRO e deparo-me com um tríptico bem
definido sobre a origem das guerras. Neste teatro de guerra (insisto, de todas as
guerras) o Nazareno, o Libertador dos povos, foi o alvo preferencial de todos
os ataques. Foi Ele também quem nos deixou o melhor antídoto e o escudo
indestrutível de todos os mísseis e incursões por terra, mar e ar.
Para
melhor facilidade de análise, remeto o conteúdo desta reflexão para o texto de “Lucas,
4, 1-13”, proposto para este Domingo. São as chamadas “Tentações do Deserto”. Numa síntese perfeita, reduzem-se todas a
três:
Primeira,
a guerra pelo pão (Podes transformar
estas pedras em pão), não o pão necessário, mas o pão perdulário, a gula, a
ganância do dinheiro, a concupiscência, a opulência do estômago daqueles “para quem
deus é a barriga”, como classificou Paulo de Tarso.
A
segunda é o orgulho desmedido, a ambição da fama publicitária, o açambarcar
toda a comunicação e redes sociais, o inchar “da rã que pretendia ser boi”: Atira-te deste pináculo abaixo, os anjos estão lá ao fundo para receber-te
nos braços. Serás o maior!
A terceira, o domínio territorial, a invasão,
a anexação, a posse total e absoluta, enfim, o poder absoluto: Vês o universo inteiro à tua frente? Pois eu dou-te tudo isso, se te
renderes a mim, aqui e agora.
Olhando
o tríptico bélico retro-descrito, é caso para perguntar: Não estarão aí
compendiadas as fontes de todas as guerras? Percorrendo os campos de guerra de
toda a história humana, do maior ao mais pequeno, chegamos à dura conclusão que é neste monstro
“trifácico” que convergem as raízes de todos os conflitos. O de agora, que opõe
Putin ao povo ucraniano, aí está.
O
nosso Líder e Mestre Jesus de Nazaré venceu o tríplice duelo. Sem armas. Pelo
pensamento e pela palavra. Embora esteja de pé o conhecido manual de um general
do império romano, onde se lê – “Se queres a Paz, prepara-te para a guerra” - mantenho que o pensamento e a palavra, as
armas da luta ideológica, são muito mais eficazes e duradoras que todas as
metralhas de guerra.
É
esta luta o cenário de guerra que nos oferece o Tempo designado por Quaresma,
precisamente o que hoje se inicia. Primeiro, no interior, pessoal e responsável
e, depois, no exterior, sociológico e
libertador.
Por
ele é que vamos!...
05.Mar.22
Martins Júnior
Guerras próximas, guerras distantes! Perto de casa são terríveis... (Ucrânia)..... As distantes não nos tiram o sono! (guerras de África, as fomes, as doenças, a injustiça social..... a aversão aos venezuelanos que retornam à sua terra (filhos e netos de madeirenses) hostilizados só porque falam mal o português.... (casos concretos!) Eram muito bem-vindos quando faziam festas de arromba.... Estava lendo o sermão de António Vieira (Quaresma) em que diz que Jesus se ajoelhou perante o demônio (Judas, na cerimônia do Lava-Pés) para ver se conseguia salvar a sua alma.... e não conseguiu por conta do seu pecado de orgulho..... Interessante que uma cerimônia religiosa parece ter o condão de nos reconciliar com Deus mas não nos preocupamos em fazer a nossa parte!)
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