sexta-feira, 29 de julho de 2022

SILLY NIGHT MADE IN MADEIRA

                                                                              


(Mini-GPS nocturno para um sábado sem rumo)

 

Primeiro, sais do apertão de gente na baixa de Machico, enquanto os Zargos e os Tristões abrem as dezenas de barracas gastronómicas de comes-bebes-e-pagas. Apanhas logo a ‘Nau São Lourenço’ ou um tuc-tuc ad-hoc e zarpas até Santana (e São Joaquim, os abuelos) e aí tens à pega o compadre ‘Jodé’ mais o títere da TVerão que vão entrevistar-te para TVeremos. Espetada, vinho, poncha e bolo-caco a rodos.

Depois, se te arranhar os tornozelos a filarmónica da ‘terra tabaqueira’, sãroqueira, saltas logo para as ‘Feiteiras’ vicentinas e aí apanhas no palco o padre da festa ajudando o padre do ‘aperta-com-ela’ numa cega-rega que te põe a zunir e a dançar com as moçoilas do bardo.

Mais um pulo e vis cair num mar de cerveja naqueles baixios das piscinas naturais do Porto Moniz. Ui, cuidado que ainda te afogas, nos batentes dos Xutos e nas cotoveladas de gente a mais para uma muralha tão pequena.

 

O melhor é pirares-te para o Montado do Pereiro e aí, na lagoa do chão  de todas as ressacas, entras à boleia de uma tenda e esperas sentado o ‘climax’ do ribombar sexy das bombas ralli-feras que comem alcatrão e põem a Madeira Autónoma no mapa-mundi!

 

Então, até o sol raiar, o cesto-riquexó cá da ilha burguesa leva-te nos braços ao convés do cruzeiro henriquino que a marca Sagres gravou no casco. Ela lá está à tua espera para atirar-te fora da barra, como o grande almirante de uma nau-sem-rumo…

Que noite, toda a noite, toda a noite, Saturday,  made in Madeira!

         29.Jul.22

         Martins Júnior

  

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