Do
Portão Grande da Saída só se lhe conhece o ranger dos gonzos com que se entretêm os que, aguardam a sua
vez na sala de espera a que chamamos vida .
São
lembranças doces, atributos, metáforas, hipérboles, missas, ofícios e discursos
– o ruido da praxe que ao viageiro finado já não interessa. Também acompanho o “Coro
dos anciãos”, recordando os tempos moçambicanos quando os dois – António advogado
e João Juiz, meu irmão - conviveram na vetusta Lourenço Marques, hoje
Maputo.
Recordo
o “Padrão Constitucional” que foi António de Almeida Santos, simultaneamente
autor do Estatuto Político administrativo Provisório da RAM que vigorou entre 1976 e
1991.
Eles
partiram, sobraçando a história que
fizeram.
Nós,
os candidatos, ficamos com a saudade. E a saudade é a pedra, o tijolo – ou livro
ou filho ou arvore – que ajuntámos ao grande
monumento que, por enquanto, habitamos.
Cinco
luas passarão cinco décadas rolarão… e da pedra ou do bloco que colocamos nem o
nosso nome restará. Mas lá estarão transfigurados, como degraus de uma escada,
o livro, o filho, a arvore, a pedra o
tijolo que deixámos antes de transpor o Grande Portão da Saída.
Por
isso ficará sempre connosco António de Almeida Santos!
19.Jan.16
Martins Júnior
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