Não rasgues a folha do calendário
Que deixarás de novo a tinta do diário
Os passos de outrora
Os de janeiro a dezembro
E os de dezembro a janeiro
E mesmo que a atires fora
Por descartada e partida
Tu ficas sempre inteiro
Aparo e tinteiro
De uma só vida
Nem te cubras da argila
Que transfigura a derme
Não há bisturi que reconstrua
O sangue de uma vida tua
Toda tua
Nem ponte nem passadiço
Separam os anos e os dias
Em ti em mim
Estão a ponte e o feitiço
Do Dia Novo
E mais que estrelas mil desçam ou subam
No instante que a noite ilude
É no meu dentro
Onde mergulho e me concentro
É lá que a tumba desabrocha em
juventude
Em cada manhã
Em cada tarde
Em cada noite
Semeia em ti canteiros de esperança
Jasmins e malmequeres
E serás sempre a nova criança
Nascida na madrugada primeira
Outra folha não queiras
Fogo fátuo não alcances
Derme estranha não esperes…
Ano Novo é só quando tu quiseres!
01.Jan.16
Martins Júnior
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